quero o sentimento subversivo,
que contrarie até a mim.
queria não te pensar,
mas trago o silêncio prolixo.
quero que essa alegria frágil
se transforme em angústia domada.
queria o sorriso dos loucos
que sabem que a vida é tão depressa.
quero o arpejo das cordas
que preenchem o espaço de infinito.
queria a difícil aprendizagem
de que a pausa na pauta também é música.
quero o céu de um azul obsceno,
mas é noite de estrelas recatadas.
queria querer o que posso
mas eu sempre quero além.
6 comentários:
Talita,
Como é difícil aprender que 'a pausa na pauta também é música'. De todo o belo escrito, isso é o que mais me chamou a atenção, mais me ardeu na retina. Espero que, uníssonos, saibamos tocar a melodia sem sair do tom.
Gostei da simetria dos últimos títulos. Algo espontâneo ou de caso pensado?
Beijos, poetisa.
Alguém precisa querer mudar o mundo. =)
Gostei muito do seu blog MESMO! Vou te seguir! Um texto coeso, bastante fluído, e que fala de sentimentos que de uma forma ou de outra estão dentro de todos nós. Esse silêncio prolixo.
Depois me visite também, moça!
Abração, um prazer!
Querer, desejar e fazer: ao mesmo tempo que há abismos entre um e outro, às vezes num pulo, sem perceber, mudamos de lugar.
E tua última frase me lembrou Leminski: "Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além." Querer o que se deseja também nos leva além.
Um beijo!
Queria querer te amar com o que tenho
mas te amo com o que não tenho.
Que lindo, Talita!
Que eu!
=)
Antes a pausa do silêncio, do que ouvir uma música não boa.
Antes uma folha em branco, às linhas inexpressivas.
Antes desejar o que não se pode, a ter que sucumbir à vida, que de per si já é o limite. Também desejo uma angústia domada, mas quero mesmo é continuar lendo almas subversivas. Essas sim, são interessantes e valem à pena!
Continue, continue.
Suas folhas escritas são arte; a pausa em sua alma, cria uma notável música de sentimentos.
Subverta o inverso, inverta os versos. O além já lhe é o alcance!
Bjos e outros,
Nanda.
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