25 de jun. de 2010 19 Declarações de outras almas

Da proposta




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22 de jun. de 2010 29 Declarações de outras almas

Da felicidade possível


Ela desejava a vida para além do quase.
Ruminava as lembranças agridoces das vivências que construíram seu caminho até o ponto em que havia chegado. Sabia serem essas vivências que haviam delineado a essência do que ela era até ali. "O que eu sou para além da memória de mim?", se perguntava.
O que encontrava na gaveta da memória lhe dava a impressão de que antes (ou depois?) do êxtase (esse instante fugaz e ilusório em que se julga ter encontrado o pote de ouro) alguma coisa se rompia e lhe roubava a promessa da permanência de suas conquistas.
"Felicidade são pontos tremulantes de luz na noite escura", deduzia.
Porque ela tem aprendido que o mais importante passo da vida é o recomeço.
O esforço do recomeço para além da dor da queda. A possibilidade do recomeço para além do medo da dor.
E tem aprendido que ela também é o que pode vir a ser.

t. prates


Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente.
Não ousar é perder-se.

***

A vida só se compreende mediante um retorno ao passado,
mas só se vive para diante.
(S. Kierkegaard)

Imagem: Bella
18 de jun. de 2010 13 Declarações de outras almas

Do gênio além-mar

Foto: Sebastião Salgado

Esta palavra esperança, com maiúscula ou sem ela, o melhor é riscá-la do nosso vocabulário. Só os exilados e os desterrados que se conformaram com o desterro e o exílio a devem usar, à falta de melhor. Dá-lhes consolo e alívio.
Os não conformados têm outra palavra mais enérgica: VONTADE.

J. Saramago
“Esta palavra esperança”, in Deste Mundo e do Outro,
Editorial Caminho, 7.ª ed., P. 153

Ao gênio português de grande "alma", José Saramago.
15 de jun. de 2010 25 Declarações de outras almas

Do pecado maior


certos caminhos exigem involução
: escolhê-los é pecar contra si mesmo
(o que o deus não perdoa)
.

t. prates


Ah, e tudo isso eu não quero! Odeio o que consegui ver.
Não quero esse mundo feito de coisa! Não quero.
Mas não posso me impedir de me sentir toda ampliada dentro de mim
pela pobreza do opaco e do neutro: a coisa é viva como ervas.
E se isso é o inferno, é o próprio paraíso: a escolha é minha.
Eu é que serei demoníaca ou anjo;
se eu for demoníaca, este é o inferno;
se eu for anjo, este é o paraíso.
Ah, envio meu anjo para aparelhar o caminho diante de mim.
Não, não o meu anjo: mas a minha humanidade e sua misericórdia.
[Clarice, A paixão segundo G.H.]


Imagem daqui.


7 de jun. de 2010 36 Declarações de outras almas

Dos multi.versos


o (meu) desejo
não se contenta
com um uni.verso

: está sempre à procura
dos multi.versos
que possam lhe dar
voz
vazão
vida
...


t. prates

Para o desejo do meu coração,
o mar é uma gota.
[Adélia]


Imagem daqui.





 
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