24 de abr. de 2011

Do retrato da minha alma



sim-eu-sei: que o gosto das coisas
se consome com o
tempo
e que a verdade é um
retrato pregado na parede.
também sei que o que eu digo
hoje
pode estar perdido
amanhã
em ondas fugidias, pelo espaço
infinito.
sei que a escada que me faz subir
é a mesma que me faz descer.
sei que não se entra duas vezes
no mesmo rio.
eu sei tantas coisas, sabe?
(e talvez desconheça as fundamentais.)
((e quem as conhece?))

sei que nunca e pra sempre
são apenas medidas de força,
não de tempo.
sei também que,
porque me é dado desejar,
gratuitamente,
te desejarei até quando
me for (im)possível.
e te repetirei essa minha verdade
até que, cansada de não ser/ter vida,
ela se torne um capricho da memória,

um capítulo na história da minha alma.

t. prates

Imagem daqui.

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