15 de mar. de 2012

Da mudez em nudez


poeme-me em prosa, 
língua, boca,
verso, inverso, 
laço e abraço. 
façamos 
corpo e nudez
onde há apenas
intenção e mudez. 




18 comentários:

Ígor Andrade disse...

Um poema que fala de saudade. Um poema e uma saudade. Todo poema é saudade.

Abraço, Talita!

Bob Menezes disse...

Encantou minha alma. Lindo.

Felicidade Clandestina disse...

os corpos em silêncio...

Eduardo Trindade disse...

Hoje eu estava lambendo minhas feridas e pensando na relação (amorosa, cruel, incestuosa) entre as palavras e os atos, os versos e as curvas do corpo. Que tipo de poema queremos (e fazemos) para nossas vidas?
O teu está belo como sempre, guria. Dá gosto te ler.

Unknown disse...

Lindo, Talita!

Nem ia entrar, achando que se tratava de mais um apelo. Esqueci que a poetisa é T. Prates e não é da sua índole chamar atenção com apelos.

Muito bonito!

Beijão

Mirze

Anônimo disse...

Poema encarnado. Não há como não se envolver.
Muito belo!

Beijo.

Fabrício César Franco disse...

Mas não há mudez que sobreviva num momento de versos feitos a quatro mãos, como esses que você propõe, Poetisa. A felicidade extravasa, forçando-nos - ao menos - às respirações ofegantes e aos gemidos.

Beijo!

Loridane Melchior disse...

Guria,

Letras deliciosas, saudosas e eu virei suspiro.

=)

Coisa mais linda.

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

O que há de esteticamente apreciável nesta composição? A mim, a condensação. A sua capacidade de condensar a sintaxe e, ainda assim, deixar abundar a semântica. Pensamos, em geral, na forma como asfixiante do sentido, como uma roupa apertada que o comprime. Mas isso é ilusão: o sentido resiste à rigidez da forma, eles mudam, engordam. Os sentidos vazam pelas palavras. Eu gostaria de estender meus comentários, dando ao poema a análise merecida. No entanto, limito a observar essa relação evidentemente enevoada entre corpo/ nudez e intenção/mudez. Corpo e nudez participam do mesmo campo semântico de mostrar-se, revelar-se. Corpos são naturalmente substâncias para serem mostradas, eles se revelam. A cultura impô-lhes a roupa, os vestiu, infundindo na alma o sentimento de pudor, de vergonha do corpo. Corpo e nudez são sinônimos. A nudez revela e nos torna livres, nos envolve no sentimento de liberdade. Corpos nus são corpos livres. A intenção traz apenas em potência a realização, mas ainda não é o ato, é a inclinação a ele. Mudez é censura, é a impossibilidade de realização. Mudez do amor, mudez da não-realização livre, liberta do amor nu, despido das tendências padronizantes, do uniforme, por isso o reivindicar a liberdade de "poemar em forma de prosa". Eis a expressão da negação de categorias distintivas! A nudez requer mistura, enlace, envolvimento...de bocas, corpos, hálitos e almas...

Poeta da Colina disse...

Façamos, pois não há quem fará.

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

ai de línguas-braços-laços que se fizessem, ao desejo, em nó[s].

beijo.pulo.amor.

Para Nossas Partidas disse...

Genial e condensado...simplesmente lindo...parabéns

Will Carvalho disse...

Não tenho muito a dizer além de: tuas palavras adoçaram meu dia.

AquilesMarchel disse...

nosssa mt mt bom

lembrei do leminsky

Adriana Godoy disse...

Talita, uma ode ao amor,à poesia, ao significado de existir. Lindo. Beijo

Moni Saraiva disse...

Linda receita-intimação, Tá!

Poeme-se sem fim!

Beijos,
Moni

Rachel Nunes disse...

Imprimimos a alma e às vezes o papel sai manchado.

Beijos, Talita!

Felicidade Clandestina disse...

e todos os sentidos...

 
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