3 de jul. de 2011

Da vez que será


quero a vida um poema-conto
onde eu possa permutar verbos
riscar personagens
desenhar cenários
refazer cenas
vestir eu-líricos
    (como as máscaras descansam!)
E era uma vez.

mas a realidade assim dita:
há começo meio e fim, nessa ordem restrita;
não se sabe o momento oportuno de entrar/sair de cena;
as paisagens são de uma concretude opressiva
    - ainda que sublimes, muitas; medonhas, outras;
as vivências não se passam a limpo
e eu me propus a ser autêntica
    (como se ser cansa!)

(Eu queria plantar as flores de plástico,
mas elas não brotam.)

re(comecemos):
Será uma vez, várias vezes..............................

t. prates

Imagem daqui.

11 comentários:

Poeta da Colina disse...

Até que a vida venha a rimar.

Fabrício César Franco disse...

Nada melhor que começar a semana (sim, para mim, domingo é o primeiro dia) lendo você. É como reabastecer: de poesia, de ideias, de vida.

Recomecemos. Sempre.

Beijos, poetisa!

Eduardo Trindade disse...

E o que fazer quando não é permitido rascunho nem ensaio? A vida é a arte do improviso...

PS: A imagem não está aparecendo, pelo menos não para mim.

Anônimo disse...

O recomeço é mais uma máscara para o futuro, uma lembrança desconstruída do passado.

Beijo, querida.

Rafaela Figueiredo disse...

a minha florinha é tão sabida de teorias bonitas!
e eu torço [tanto] para que ela as ponha em prática. =)

te amo.

*falando em prática, já estou pondo a minha ideia - sobre a qual te falei na msg - na roda. ;)

(F)

Roberta Blá disse...

Tem vezes que é o simples fato de acreditar que podemos plantar uma flor artificial já a faz florescer dentro de nós. Adorei seu blog! (;

Moni Saraiva disse...

"...A bruta flor do querer...
ah, bruta flor, bruta flor..."

Esse desejo em nós, reside.
Em vão?
Acho que não.
É encarar cada tentativa feito ensaio.
Cada término, como fim de temporada.
E o teatro continua vivo.

Beijos, flor...
Tudo sempre tão belo... feito tu. né?

=*

Moni

Carina Destempero disse...

Era uma vez, eram duas, eram três, e quando tudo terminava, começava outra vez...

Lindo como sempre, Tá.
;)

Adriana Godoy disse...

Talita, talento em um poema de f.... Beleza1 beijo

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

Ser num mundo de fugacidade, efemeridade, de aparências consumidas, imagens de alguma coisa com coisa alguma... essa permanência reivindicada pelo ser torna-se um imperativo dos inconformados e dos autênticos.

Beijos! Parabéns!

Menina da Imprensa disse...

Pois é...seria tão mais fácil se nos fosse permitido rascunhar uma situação pra depois de fato vivê-la...mas...a vida é assim, só permite encenar uma vez... Lindo Blog!
Kisses

 
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