10 de jan. de 2011

Do descobrimento



e eles se falavam com pudor nas palavras. um pudor de olhar calma e respeitosamente cada mínimo detalhe comunicado, pois sabiam que as pequenas coisas confessadas são sagradas.
e sentiam que ouvir um ao outro tinha sabor de comunhão - um diálogo mudo em que os sentires eram, por si próprios, o transbordamento e o grito do real/aqui/agora.
como se as palavras pudessem, fatais, macular o que ainda sequer tinha nome.

t. prates

"Porque eu só preciso de pés livres,
de mãos dadas
e olhos bem abertos."
[Guimarães Rosa]

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