5 de fev. de 2011

Do dom



Para Léo.


eu, que desaprendi a esperar
que aprendi o des.espero
que me habituei a ficar segura n'um outro modo de ser e de sentir,

tu, que vens e desarrumas tudo
que desarranjas o que eu havia - precariamente - engavetado
que atualizas em mim anseios há muito (e a custo) abandonados,

eu, que te pergunto:
tu, com que direito?

com que direito me ensinas
a ousadia do sonho?
que a estrada não precisa ser só minha?
que a vida pode - sim, meudeus! - ser generosa comigo?

com que direito me dás tua mão?

com que direito me tiras pra dançar?
com que direito me presenteias?
com que direito o teu amor me redime da minha falta de fé?


t. prates


Imagem: Take my hand

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