
certos caminhos exigem involução
: escolhê-los é pecar contra si mesmo
(o que o deus não perdoa).
t. prates
Ah, e tudo isso eu não quero! Odeio o que consegui ver.
Não quero esse mundo feito de coisa! Não quero.
Mas não posso me impedir de me sentir toda ampliada dentro de mim
pela pobreza do opaco e do neutro: a coisa é viva como ervas.
E se isso é o inferno, é o próprio paraíso: a escolha é minha.
Eu é que serei demoníaca ou anjo;
se eu for demoníaca, este é o inferno;
se eu for anjo, este é o paraíso.
Ah, envio meu anjo para aparelhar o caminho diante de mim.
Não, não o meu anjo: mas a minha humanidade e sua misericórdia.
[Clarice, A paixão segundo G.H.]